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CEFET-MG

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência: desafios e superação no ERE

Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
Última modificação: Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

CEFET-MG cria Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidade para fomentar diretrizes e ações para esse público

Hugo Brito, estudante do curso técnico em Mecânica do campus Nova Suíça (BH), é portador da síndrome de deleção do cromossomo 18q, hipotonia congênita global e espectro do autismo leve. Ele foi diagnosticado desde o nascimento com atraso de desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) e hipotonia congênita global. A hipotonia é a diminuição no tônus muscular em todo corpo, ocasionando flacidez muscular. Há pouco tempo, descobriu a síndrome de deleção do cromossomo 18q que tem relação direta com as questões de fala e escrita, sem comprometer por completo o sistema cognitivo. Desde cedo, a família o acompanha. “Vivo em constantes estímulos e necessito de ajuda para enfrentar as barreiras do meu percurso”, explica Hugo.

Como outros estudantes do CEFET-MG, Hugo iniciou, em agosto, as atividades do Ensino Remoto Emergencial (ERE) e, assim, precisou se adaptar à nova rotina de estudos. “Está sendo uma experiência única, podemos dizer que já fazemos parte desse novo normal. Posso citar dificuldades pessoais encontradas no que diz respeito ao computador e à internet, acompanhamento das aulas e o cronograma que está muito apertado. Para as dificuldades na interpretação das matérias e dos exercícios, conto com o apoio constante da minha mãe e da minha irmã”, destaca o estudante.

Nesse processo, o CEFET-MG disponibilizou um profissional de apoio para auxiliar Hugo nas matérias. “Sinto que ninguém estava preparado para estudar assim, tendo que reinventar tudo. O maior desafio que enfrento é acompanhar as aulas participando oralmente, tendo em vista todas as minhas dificuldades, pois falar em público é uma grande barreira. Outro desafio, é fazer trabalhos em grupos de maneira remota”, detalha.

3 de dezembro

Desde 1992, as Nações Unidas estabeleceram o 3 de dezembro como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência com o objetivo de promover reflexões sobre os assuntos referentes à deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar.

Uma das conquistas foi a reserva de vagas para pessoas com deficiência para a entrada nas universidades, as conhecidas “cotas”, que têm o objetivo de melhorar a representatividade de estudantes com alguma deficiência. Mesmo assim, o número de pessoas que estão nas universidades ainda é pequeno. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, considerando as deficiências auditiva, visual, física e intelectual, mas o percentual dessas pessoas nas universidades não chega a 1%.

Hugo faz parte dessa estatística; entrou no CEFET-MG por meio de cota para escola pública com PNE e passou na segunda tentativa. “Acho válida a entrada na escola por cotas, por ser uma forma de inclusão. Estar estudando no CEFET é uma conquista, a realização de um sonho. Espero que na volta do ensino presencial ocorra um fortalecimento das relações entre professores e alunos e que todos se conheçam melhor”, reflete.

No CEFET-MG, as ações para esse público ainda são incipientes, porém promissoras. Em julho desse ano, foi criada a Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidade, vinculada à Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE), que realizou a coleta de dados dos alunos que apresentam alguma deficiência na Instituição e deu início ao planejamento das ações.

A proposta da Coordenação é a criar os Núcleos de Acessibilidade e Apoio à Inclusão, para que seja possível realizar o monitoramento dos alunos em cada campus do CEFET-MG e atender às demandas individuais. Dessa forma, a Coordenação conseguirá obter mais informações sobre esse público e fazer o acompanhamento mais direcionado, com ações específicas. “Assim, será possível monitorar, acompanhar e propor políticas, criar diretrizes e ações”, pontua a coordenadora do Programa, a pedagoga Edna Vieira.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/ CEFET-MG

Publicado em 2 de dezembro de 2020