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CEFET-MG

Recursos de ensino levam em consideração deficiências e dificuldades

Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
Última modificação: Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Acessibilidade no Ensino Remoto Emergencial: aprendizados e desafios

Solange Mendes é uma das estudantes do CEFET-MG que estão recebendo auxílios ofertados pela Instituição para assistirem às aulas remotamente. A aluna de Administração do campus Nova Gameleira recebeu um pacote de dados para acesso à internet, bem como a disponibilização de duas intérpretes de libras para a tradução simultânea das aulas síncronas, já que Solange possui deficiência auditiva. Além disso, para o aprendizado, ela utiliza outros recursos de comunicação, como WhatsApp, chat e-mail para tirar dúvidas com colegas e professores por meio de mensagens.

A nova rotina de estudos de Solange é bem mais complexa que antes do isolamento social; às vezes, encontra dificuldade para reservar horários para estudos em casa. “Sou casada, tenho dois filhos e trabalho em horário parcial, mas estou conseguindo me dedicar a algumas horas de estudos durante a noite e nos finais de semana”, conta. Solange aponta outro desafio dessa nova realidade acadêmica, além da falta de tempo e espaço em casa para se dedicar aos estudos, como a instabilidade da internet durante as aulas síncronas, momento em que as intérpretes de Libras ficam “congeladas”, então, é necessário esperar até que a rede volte ao normal.

Apesar das dificuldades enfrentadas nesse período, Solange mostra que a surdez não é um impedimento para buscar uma formação. “As pessoas com deficiência auditiva, física, visual e mental precisam do apoio das instituições para implementar os recursos de acessibilidade nos espaços educacionais e profissionais. Tendo esses recursos disponíveis, os alunos com deficiência conseguem ter acesso aos estudos e formação profissional”, destaca.

Ao todo, 13 estudantes da graduação do CEFET-MG apresentam alguma deficiência. Esse dado foi obtido por meio de uma sondagem preliminar realizada pela Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidade, vinculada à Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE), que busca criar em todos os campi da Instituição, os Núcleos de Acessibilidade e Apoio à Inclusão. “Com esses Núcleos, será possível monitorar, acompanhar e conseguir mais informações sobre esse público e, assim, propor políticas mais específicas, criando diretrizes e ações”, explica a coordenadora do Programa, a pedagoga Edna Vieira.

Alternativas

Mesmo com os obstáculos enfrentados por muitos estudantes no retorno das aulas nos cursos superiores, a Instituição tentou criar mecanismos para atender a todos de forma equânime, seja por meio de auxílios, seja a partir da extensão do limite de créditos por semestre, podendo chegar a 26. Segundo a diretora de Graduação, Danielle Marra, os professores e estudantes da graduação estavam ansiosos para o retorno das aulas e isso foi possível depois de muita discussão e propostas das normas vigentes. Além das aulas, os estágios curriculares estão caminhando normalmente, já que as empresas parceiras adotaram o estágio remoto, ou, quando o presencial, estão respeitando todas as medidas de segurança, e as colações de grau estão ocorrendo remotamente. “Mesmo sendo virtual, a cerimônia foi mantida. Apesar de ter sido diante de uma tela de computador, foi muito emocionante”, afirma.

A diretora aponta alguns desafios a serem vencidos com essa demanda de isolamento social, como as disciplinas práticas que não foram ofertadas remotamente e precisam ser pensadas e regularizadas pelo Comitê de Trabalho de Prevenção à COVID-19. “Nós temos professores e estudantes que estão no grupo de risco; então, os desafios são muito grandes. À medida que o tempo vai passando, novos desafios vão surgindo e a gente vai resolvendo”, explica Danielle.

Mesmo diante de tantos desafios, Solange Mendes é grata por fazer parte da história do CEFET-MG. “É uma excelente oportunidade estudar no CEFET. Ao ingressar, fui muito bem recebida pelos servidores, coordenadores de curso, professores e alunos. O CEFET cumpre a missão de oferecer ensino gratuito e de qualidade e, para mim, representa o ensino que promove o respeito às diversidades culturais”, finaliza Solange.

Coordenação mapeia alunos com deficiência para ações específicas

Em julho de 2020, foi criada a Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidades, que é vinculada à Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE). Desde então, a equipe da Coordenação vem realizando um trabalho de organização dos dados referentes à inclusão e coleta de dados de estudantes do CEFET-MG que têm algum tipo de deficiência e, por isso, precisa de auxílio da Instituição.

A proposta, daqui por diante, é criar uma representação dessa Coordenação em cada um dos onze campi do CEFET-MG, que serão denominadas Núcleos de Acessibilidade e Apoio à Inclusão. Com isso, será possível realizar o monitoramento e acompanhar o desenvolvimento dos alunos em cada campus. Assim, a equipe conseguirá obter mais informações sobre esse público e fazer o acompanhamento mais direcionado.

Com os dados já coletados até agora nos campi, a Coordenação detectou na Graduação 13 alunos com alguma deficiência. Dessa forma, a Coordenação está desenvolvendo diretrizes para que consiga discutir o fluxo de atendimento dos estudantes e ações mais específicas.

Educação inclusiva

Entre as ações para criar práticas educativas inclusivas, possibilitando o acesso, a permanência, a participação e o aprendizado de todos os estudantes do CEFET-MG, no dia 3 de novembro a Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidades realizou o webinário “Educação inclusiva e o ensino remoto emergencial”, que foi transmitido pelo canal do CEFET-MG no YouTube.

O webinário, que foi visualizado por cerca de 400 pessoas, contou com a participação da diretora de Ensino do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), professora Luciana Oliveira, e a coordenadora pedagógica do Instituto Pulso, Ozana Leal.

De acordo com a coordenadora do Programa de Inclusão e Diversidades do CEFET-MG, pedagoga Edna Vieira, que mediou o debate entre as especialistas, precisamos partir do entendimento que educação inclusiva é para todos e para cada um. Dessa maneira, conta Edna, temos que considerar as especificidades de cada estudante para que haja produção de conhecimentos. “Então, em vez de seguir padrões predeterminados, a educação inclusiva deve se dar a partir do reconhecimento da diversidade de formas de aprendizado. Nesse sentido, a escola e todos os seus agentes são convocados a rever e a recriar suas práticas, buscando, sempre, novas possibilidades educativas, com base no conhecimento e na valorização das diferenças”, explica a pedagoga.

Ainda segundo Edna, com a pandemia, tanto o CEFET-MG, quanto instituições de ensino no mundo inteiro têm buscado implementar o ensino remoto na tentativa de manter o vínculo com os estudantes e de continuar as atividades escolares. “Com isso, do dia para a noite, fomos obrigados a rever nossas práticas e trazer para o ambiente virtual todas as questões de aprendizado. Dessa forma, temos que refletir quais os impactos dessas mudanças para a inclusão”, afirma

 

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Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG

Publicado em 1 de fevereiro de 2021