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CEFET-MG

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: avanços e limitações

Sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Última modificação: Sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

CEFET-MG oferece recursos necessários para maior igualdade de acesso à educação entre estudantes com deficiência

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 1992, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência: 3 de dezembro. O objetivo é conscientizar a sociedade para a igualdade de oportunidades aos cidadão, celebrar conquistas das pessoas com deficiência e influenciar programas e políticas voltadas para a inclusão.

No Brasil, registrar a data é necessário, especialmente quando o assunto é acesso à educação. Quase 70% (67,6%) das 17,3 milhões de pessoas que convivem com algum tipo de deficiência não possuem instrução ou concluíram o Ensino Fundamental, contra 30,9% daqueles sem deficiência. O Ensino Médio é uma realidade apenas para 16% desse segmento e o Ensino Superior, para 5% (entre os não deficientes, esse número é três vezes maior). Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE.

Segundo o Censo Escolar, o CEFET-MG promove a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência em todos os 11 campi no estado. Há 42 estudantes matriculados no Ensino Médio e 15 no Ensino Superior. Os dados são de março de 2021. Entre as deficiências com as quais esse grupo convive estão as deficiências auditiva, física, visual, intelectual e múltipla; Transtorno do Espectro Autista (TEA); autismo/asperger; altas habilidades/superdotação.

Para atender às especificidades desses estudantes, a Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE), por meio da Coordenação do Programa de Inclusão e Diversidade (CPID), fornece, por exemplo, acompanhamento de tutor, monitor e intérprete de Libras, equipamentos para alguns tipos de necessidade (como lupas), dilatação do tempo para atividades avaliativas e flexibilização de currículo para ampliação do tempo de conclusão do curso, detalha a psicóloga da DDE Luisa Nogueira.

Percepção das ações

Débora Bitarães, do curso técnico em Química no campus Timóteo, convivia com algum tipo de diferença que não sabia nomear até este ano. “Sempre tive minhas dúvidas a respeito de como eu era e, ao entrar em contato com um filme que falava sobre autismo, comecei a pesquisar mais sobre o assunto e me identifiquei bastante. Logo depois, meus pais me levaram ao neuropsiquiatra. Foi difícil convencer eles, mas acabaram levando e fizemos vários testes, até eu ser diagnosticada”, relembra.

Ela ainda convive com algumas dificuldades, como adaptação aos horários do curso, interação com os colegas de classe e atenção às aulas on-line em tempo real, mas destaca o papel da Instituição nesse processo: “O CEFET me ajuda bastante na questão da minha organização e estudos, dando suporte para eu entender as matérias. Os professores disponibilizam materiais para estudo posterior, visto que não consigo me concentrar nas aulas síncronas direito”, comenta.

Os pais também lidam com dificuldades durante o diagnóstico. Fabiana Sardanha é mãe de Pedro Henrique Sardanha, do curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas no campus Timóteo. Com quatro anos de idade, ela soube que o filho tinha uma deficiência auditiva unilateral e, em setembro deste ano, que ele convive com o autismo. “É preciso mais rapidez. Um teste neurológico é muito caro e a maioria dos planos de saúde não cobre. Terapias, neurologistas e psiquiatras pelo Sistema Único de Saúde são demorados”, acrescenta.

Na percepção de Fabiana, ainda falta “preparo aos professores para lidar com a doença”, mas, apesar das limitações, comum a outras instituições, “recomendaria o CEFET por ser uma instituição séria, que tem buscado um aprimoramento nesta área e que respeita a inclusão”.

E quais avanços ainda são necessários, de forma geral, para a inclusão de pessoas com deficiência? “Responderei de acordo com o que vivo. Acredito que seja preciso disponibilizar materiais sobre o assunto para que as pessoas conheçam mais e não fiquem imaginando a respeito do pré-conceito que elas possuem, pois, mesmo sendo diagnosticada somente este ano, já sofri com vários tipos de preconceito por causa da desinformação e da ignorância”, finaliza Débora.

“Poesia Entrelinhas”

Para lidar com as angústias da quarentena, Débora Bitarães transformou seus sentimentos em palavras. No livro “Poesia Entrelinhas”, resultado de experimentações poéticas no perfil de Instagram de mesmo nome, ela compartilha o que pensa sobre a vida e sobre o mundo. “Para mim, escrever poesias é uma coisa ambígua, extremamente difícil, mas extremamente fácil. Quando escrevo, eu sinto como se pertencesse a algum lugar, coisa que é muito difícil para mim.” A obra está disponível na Amazon.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG

Publicado em 03 de Dezembro de 2021.