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CEFET-MG

Iniciativas buscam quebrar tabu sobre menstruação e criar rede de apoio

Segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
Última modificação: Segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Seis em cada 10 pessoas que menstruam faltam às aulas por causa da menstruação

De acordo com enquete realizada pela Unicef no Brasil com pessoas que menstruam (gênero feminino e homens trans), 62% afirmaram deixar de comparecer às aulas ou lugares de que gostam por causa da menstruação e 73% sentem constrangimento nesses ambientes durante o período.

Tabus sobre um processo natural que acontece nos corpos biologicamente femininos e a dificuldade de acesso a absorventes por questões financeiras, caracterizada como pobreza menstrual, acenderam um alerta na Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE), que incluiu entre suas ações no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2023-2027 um “Programa de Dignidade Menstrual” no CEFET-MG. 

A primeira parte da ação, que se inicia em 2023, é construir um trabalho conjunto com todas as Coordenações de Desenvolvimento Estudantil (CDEs) dos campi para debater o tema e fechar o desenho do Programa. Para a diretora da DDE, professora Carolina Riente, o assunto é prioritário, uma vez que a carência de recursos de pessoas que menstruam para comprar absorventes gera uma desigualdade entre estudantes. “As pessoas que menstruam em situação de vulnerabilidade não têm condição de acessar ou permanecer na escola. Elas perdem aulas enquanto menstruam e, com isso, não estamos favorecendo a permanência, mas beneficiando um grupo em detrimento de outro. Estamos negando a essas pessoas os direitos à educação nos cinco dias em que elas estão menstruando”, pondera. 

O “Programa Dignidade Menstrual”, além de ações emergenciais para suprir essa carência, também será formativo e destinado a meninos e meninas. “Precisamos quebrar tabus sobre o tema, então, além da entrega de absorvente, buscaremos uma dimensão educativa, voltada inclusive para quem não menstrua, para desmistificar e naturalizar esse processo”, finaliza. 

Em ação

Uma conversa que alunas do campus Varginha ouviram no banheiro feminino sobre as dificuldades de acesso a absorventes motivou a ideia de inserir duas caixas colaborativas com o acessório nos banheiros do prédio estudantil. A iniciativa de Gabriela Silva e Isabeli Flora, do curso técnico em Edificações, começou em abril deste ano e está em plena expansão. “Pretendemos levar as caixas colaborativas para o restante dos banheiros do campus, tanto do prédio administrativo, quanto dos laboratórios, contando, inclusive, com os banheiros masculinos, para os meninos trans também poderem acessar os absorventes”, detalha Isabeli. 

A ideia foi recebida e apoiada com entusiasmo pela professora Erika Kress, que percebeu a importância do gesto. “A criação da caixa colaborativa de absorventes, presente em várias outras instituições do país, visa, em especial, aumentar o vínculo entre as mulheres, dar mais condições para o comprometimento e o engajamento nas atividades escolares, diminuir a evasão escolar, trazer notoriedade à pauta feminista e de saúde pública, diminuir os casos de constrangimento dentro do campus devido à vulnerabilidade social que atravessa o país e ampliar a empatia e a consciência coletiva”, completa.

Leia a íntegra do Diagrama no site da Secretaria de Comunicação Social.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM / CEFET-MG

Publicado em 23 de janeiro de 2023.